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Cantor é acusado de esquema de pistoleiros em que integrantes cometiam assassinatos

Um esquema de pistoleiros em que os integrantes cometiam assassinatos por encomenda foi descoberto durante a investigação da morte de um fazendeiro em São Miguel do Araguaia, região norte de Goiás. Segundo o delegado Thales Feitosa, o grupo era liderado pelo cantor Marcelo Franca Santos.

Marcelo foi preso no dia 13 de dezembro, na Paraíba, enquanto se preparava para uma apresentação musical em uma vaquejada. Além dele, foram presas outras seis pessoas. O g1 não conseguiu localizar a defesa dos presos para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

O delegado explicou que, no esquema de pistoleiros, Marcelo é suspeito de ser o líder, que tinha a função de recrutá-los e dar apoio logístico. Segundo a polícia, nesse apoio, Marcelo teria fornecido o veículo utilizado no crime e também repassado valores para custear as despesas e remunerar os pistoleiros.

A Polícia Civil ainda detalhou que os pistoleiros receberam cerca de R$ 10 mil para cometer o homicídio do fazendeiro, que é investigado em Goiás. De acordo com o delegado, além de serem remunerados por parte de Marcelo, os pistoleiros tinham uma relação fraterna com ele.

“[Era] como se fossem filhos [de Marcelo]. Um deles [Fausto Rodrigues] ficou abrigado na residência dele após o crime”, detalhou Thales.

Crime contra fazendeiro

 

Assassinato de Valdemar foi encomendado por ter locado terra que antes era locada pelos mandantes do crime — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Assassinato de Valdemar foi encomendado por ter locado terra que antes era locada pelos mandantes do crime — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O homicídio contra o pecuarista Valdemar Ferreira Pimenta ocorreu em 26 de junho deste ano, em São Miguel do Araguaia. Segundo o delegado Thales Feitosa de Araújo Fonseca, responsável pela investigação do caso, a investigação mostrou uma relação de disputa por um pasto situado na Ilha do Bananal, em Tocantins, que passou a ser utilizado pela vítima em meados de abril deste ano.

Diante dessa perda negocial, os mandantes teriam encomendado a morte da vítima no esquema de pistolagem liderado por Marcelo Franca, que se encarregou do planejamento e da execução do crime.

Esquema de pistolagem

 

Além de Marcelo, a Polícia Civil contou ter desvendado a identidade de todo o grupo responsável pelo assassinato de Valdemar e por outros. Ao g1, o delegado explicou sobre a função de alguns deles.

“Entre os presos, há os mandantes do assassinato do pecuarista, que fizeram a encomenda da morte junto ao Wellington, que é um intermediário e é o terceiro preso, O Raimundo Wellington entrou em contato com o Zé Henrique, que por sua vez acionou o Marcelo Boiador que é o chefe dessa associação de pistolagem e que se responsabilizou por contratar os dois pistoleiros e designar a missão de executar a vítima”, explica o delegado.

Raimundo Wellington Maia Macedo está foragido e segundo a Polícia Civil, era o responsável financeiro do grupo de pistoleiros — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Raimundo Wellington Maia Macedo está foragido e segundo a Polícia Civil, era o responsável financeiro do grupo de pistoleiros — Foto: Divulgação/Polícia Civil

  • José Henrique Correia de Melo Simplício, vulgo Zé Henrique, preso no município de Casa Nova (BA);
  • Raimundo Welligton Maia Macedo, vulgo Galego, morador de Juazeiro do Norte (CE). Repassa a demanda homicida aos demais membros do grupo, gerencia o financiamento e remunera os envolvidos no crime, além de auxiliar a planejar o homicídio;
  • Márcio Morais Fonseca, que é réu em processo criminal por homicídio praticado em Presidente Dutra-MA. Segundo a polícia, um mês antes de participar do homicídio praticado em São Miguel, verificamos, ele também teria envolvimento no homicídio de um fazendeiro, na cidade de Grajaú-MA;
  • Fausto, suspeito de atuar como pistoleiro; a polícia explicou que ao tomar conhecimento da ‘encomenda da morte’ do Pecuarista Valdemar Pimenta, ele estava em Tucumã-PA, atuando como intermediário de uma tentativa de homicídio praticado naquela cidade, cujos executores teriam se homiziado na cidade de Tuntum-MA, onde mora Marcelo Aboiador;

 

A polícia explicou que outro intermediário foi preso na cidade de Cariri e deu esse suporte financeiro para remunerar e financiar os envolvidos no esquema criminoso.

José é suspeito de ser o intermediário entre mandantes do assassinato e a contratação do grupo de pistoleiros — Foto: Divulgação/Polícia Civil

José é suspeito de ser o intermediário entre mandantes do assassinato e a contratação do grupo de pistoleiros — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A PC também informou que foram cumpridos os seguintes mandados: Cariri do Tocantins (TO): cumpridos mandados de prisão temporária e buscas contra intermediário que teria auxiliado na engenharia financeira criada para financiar a empreitada homicida e remunerar os membros do esquema de pistolagem envolvidos.

O delegado ainda diz terem sido cumpridos dois mandados de prisão temporária contra mandantes e outros 06 mandados de busca e apreensão em São Miguel do Araguaia (GO).

Quanto aos executores do crime, Márcio Morais Fonseca e Fausto Rodrigues de Sousa – supostos pistoleiros que executaram a vítima, foram presos em 04 de agosto deste ano, em Tuntum (MA) e Jatobá (MA), respectivamente.

Buscas apreenderam munições e arma de fogo, como revólver calibre 38 utilizado no crime. Os dois se hospedaram em hotel de Novo Planalto (GO) e se deslocaram a São Miguel do Araguaia para estudar a nora da vítima e definir o local da execução (trecho percorrido pela vítima com certa frequência, rota usada para chegar até uma de suas fazendas). Planejaram a fuga, evitando cruzamentos e passando por ruas de baixo tráfego até chegar na GO 164, em direção ao Maranhão.

Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás

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